sexta-feira, 29 de junho de 2012

Londres




Um vestido longo, de cor suave e alguns babados e laços. Para dar volume à saia, muitas anáguas farfalhantes. Um decote generoso. Cabelos presos. Cacheados, um preso meio solto, com mechas caindo no rosto. Um cavalo - meu cavalo, ou égua - encilhado (a). Um longo inspirar do ar frio, entrando pelas narinas e enchendo meus pulmões enquanto trotamos. Os prédios imponentes, as estrebarias precárias. As fachadas de vidro e aço, as tavernas de tijolos aparentes. Passado e presente se misturando ao som das ferraduras no asfalto. Foi desta forma que acabo descrever, sem tirar nem por, que minha alma passeou pelas ruas de Londres. Enquanto meu corpo chacoalhava nos trilhos do metrô ou no segundo andar do famoso ônibus vermelho, ou ainda num adorável cab londrino, minha alma trotava, montada e vestida como uma amazona votoriana, por onde quer que eu passasse.
Várias foram as alegrias, surpresas e emoções desta primeira ida a Londres (primeira nessa vida, digo). Emoções íntimas e afetivas, algumas duras até, que por pudor não vou expor aqui; e emoções artísticas. Ambas intensas. A ponto de, há quase um mês da minha chegada ao Brasil, ser esta a primeira vez que escrevo sobre a viagem no blog.
Este post é apenas o começo.


(Na foto o The Globe. Prédio fundamental nessa minha viagem, pelo valor artístico e afetivo.)